As métricas de controle de ponto – horas extras, banco de horas, índice de absenteísmo e pontualidade etc. – mostram, na prática, como o tempo de trabalho está sendo aproveitado dentro de uma empresa.
Elas ajudam líderes e gestores a identificar padrões que exigem mudanças, como o acúmulo de banco de horas, atrasos frequentes de um ou mais funcionários, faltas que se repetem e suas justificativas e assim por diante.
E, se você acha que precisa conhecê-las para transformar a rotina corporativa por aí, veio ao artigo certo!
Ao longo deste conteúdo, conheça os nove principais indicadores de controle de ponto, entenda como cada um funciona e o que considerar ao observá-los: todos dizem muito sobre como anda a jornada de trabalho, a adequação às leis, o clima organizacional e a produtividade de uma empresa.
1. Pontualidade
A pontualidade é a regularidade com a qual os colaboradores cumprem o que fica definido na política de entrada e saída em relação aos horários de trabalho na empresa.
Para calcular, divida o número de vezes que o colaborador analisado chegou ou saiu no horário correto pelo total de registros de ponto em determinado período.
Multiplique o resultado por 100 e o obtenha em porcentagem.
Pontualidade (%) = (número de registros pontuais ÷ total de registros) × 100
Um colaborador que registrar 20 entradas num mês e chegar ou sair pontualmente em 18 das vezes terá uma pontualidade de 90%.
Acompanhe essa métrica de frequência no trabalho se quiser identificar comportamentos que podem impactar o ritmo da equipe e a organização da rotina, modificar políticas internas e planejar melhor as escalas.
2. Atrasos / Saídas antes do horário
Você sabe quantos e quais dos colaboradores da sua empresa estão começando o expediente depois do horário previsto ou saindo antes do fim da jornada?
Some o total de minutos de atrasos nas chegadas e de antecipações para as saídas. Em seguida, divida o valor pelo total de minutos que o colaborador deveria trabalhar no período analisado.
Multiplique o resultado por 100 para obter a porcentagem.
Atrasos e saídas (%) = [(total de minutos de atraso + total de minutos de saída antecipada) ÷ total de minutos da jornada] × 100
Um colaborador que faz jornada diária de 7 horas ou 420 minutos e acumula 30 minutos de atraso e 15 minutos de saída antecipada num mês totaliza 10% da métrica e, para rotinas realmente equilibradas, o índice precisa estar em 5% ou menos.
Atrasos ou saídas antecipadas prejudicam o desempenho da equipe e o cumprimento das tarefas e talvez sejam sinal de que chegou o momento de você revisar regras e conversar com os profissionais.
3. Horas extras
As horas extras, por sua vez, indicam o tempo que os colaboradores trabalham além da jornada prevista no contrato.
Encontre esse número somando o total de minutos ou horas trabalhadas que ultrapassam o horário regular durante um período específico, como um dia, uma semana ou um mês.
- Escolha o período de análise
- Registre o tempo total trabalhado pelo colaborador nesse período
- Subtraia a quantidade de horas de jornada definida em contrato
Assim, você terá as horas extras! E poderá usá-las para entender se o time ou um profissional está sobrecarregado ou precisando de reforços, inclusive adequando seu negócio ao compliance trabalhista e à legislação.
Um número controlado de horas extras ou registros especificamente em momentos de pico é normal e até esperado, porém, índices elevados ou constantes podem indicar falta de planejamento, desgastar funcionários e impactar no caixa.
4. Horas negativas
Oposto às horas extras, esse indicador mostra quanto o colaborador trabalhou a menos do que o previsto na sua jornada.
- Escolha o período de análise
- Registre a quantidade de minutos ou horas de trabalho abaixo do esperado
- Subtraia a quantidade de horas de jornada definida em contrato
Descubra se todos cumprem exatamente com a carga horária acordada ou se há falhas que podem comprometer o ritmo de trabalho e o planejamento.
Percebeu números diferentes dos esperados? Converse com o time e o Departamento Pessoal para entender o que acontece e como são tomadas as decisões sobre folgas, escalas etc.
5. Absenteísmo
O absenteísmo no trabalho mostra faltas com ou sem justificativa e pode ser calculado a partir da divisão do total de horas ou dias não trabalhados pelo número total de horas ou dias previstos em contrato.
Esse é outro indicador cujo resultado da conta precisa ser multiplicado por 100 para que fique em porcentagem.
Absenteísmo (%) = (total de horas ou dias não trabalhados ÷ total de horas ou dias previstos em contrato) × 100
Uma porcentagem baixa indica presença adequada, enquanto valores altos podem apontar problemas que vão desde questões de saúde até desmotivação.
Caso você identifique absenteísmo alto, busque entender como anda a vida pessoal de quem falta ou, se o problema for coletivo, como está o clima organizacional da sua empresa.
6. Tempo de pausa
O tempo de pausa é o período destinado ao intervalo intrajornada, ou seja, àquele que acontece durante a jornada de trabalho.
Esse tipo de descanso está previsto na CLT, mas também precisa de controle e monitoramento para não ultrapassar as barreiras contratuais.
Para calcular:
- Escolha o período de análise
- Encontre o total de minutos ou horas de pausas registrados no período
- Compare com o tempo mínimo ou máximo de intervalo previsto pela legislação ou definido pelas regras internas da empresa
O importante é garantir que o tempo de pausa esteja dentro dos limites estabelecidos, nem muito curto a ponto de não ser suficiente para o bem-estar do colaborador, nem tão longo que prejudique o andamento das atividades.
7. Abonos
Mais uma métrica de ponto importante, os registros de abono são as autorizações concedidas pelo líder direto ou o DP para ausência ou alteração no horário de trabalho de um funcionário – sem que haja desconto na folha de pagamento.
Busque saber, sobre cada colaborador, quantos foram os registros e as solicitações de mudanças ou faltas e quantas justificativas de fato foram aceitas em determinado período.
Se quiser ir mais a fundo, entenda o tipo de abono (licença, atestado médico, férias etc.) para trabalhar não só de forma quantitativa, mas também qualitativa, melhorando a gestão de pessoal.
8. Horas trabalhadas por projeto
O penúltimo indicador desta lista diz respeito ao total de tempo que um colaborador dedica a tarefas específicas, dentro de sua jornada de trabalho. Ele ajuda a entender como demandas, departamentos ou clientes estão sendo distribuídos nos dias, nas semanas e nos meses do ano, por exemplo.
O cálculo é simples: basta somar o tempo registrado em cada tarefa, atividade ou projeto ao longo do período que você quer analisar.
Caso haja pessoas se debruçando exclusivamente em determinada atividade, e você entenda que isso não é necessário ou que existem outras prioridades igualmente importantes, considere ajustar o dimensionamento das equipes ou mudar a forma como as demandas são categorizadas.
Investigue também se existe muito retrabalho, alguma falha de processo ou ausência de capacitação.
9. Frequência de marcações
Por fim, a frequência de marcações mostra com que regularidade os colaboradores registram seus horários de entrada, saída e intervalos ao longo da jornada de trabalho; o quão comprometidos eles estão com o controle de ponto eficiente.
Para calcular:
- Escolha o período de análise
- Verifique o total de dias com marcações completas
- Compare com o total de dias previstos de jornada
Entenda se vale a pena escolher um ponto digital para melhorar e simplificar as marcações e avalie se os colaboradores reconhecem a importância da marcação adequada não só para a empresa, mas para si mesmos.
Pequenos ajustes de comunicação interna somados à adoção da tecnologia costumam ser suficientes para um sucesso absoluto do índice.
Sem contar que medir produtividade pelo ponto digital fica muito mais fácil, pois o acompanhamento dos dados acontece em tempo real e os relatórios gerados de forma automática trazem detalhes de forma mais visual!
Dúvida frequente: de quanto em quanto tempo fazer a análise de ponto dos colaboradores?
A análise de ponto dos funcionários e o estudo de pelo menos algumas das várias métricas de marcações deve acontecer uma vez por semana ou, no máximo, a cada quinze dias.
Essa periodicidade pode variar para mais ou para menos conforme o tipo de operação, o tamanho da equipe e a complexidade das escalas de trabalho.
Em empresas maiores, com turnos alternados e jornadas flexíveis, o acompanhamento frequente é indispensável para evitar acúmulos de dados, falhas no controle e inconsistências que se tornem difíceis de corrigir depois.
Já em empresas menores, com jornadas fixas, análises quinzenais funcionam bem – e qualquer alinhamento pode ser feito, por exemplo, através de reuniões one on one (1:1).
Mas, atenção!
Independentemente do cenário, deixar esse controle para o fim do mês prejudica a identificação de problemas em tempo hábil e compromete a precisão no fechamento da folha de pagamento.
Regularidade e transparência são palavras de ordem nesse processo. Pronto(a) para começar?
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