As políticas internas não são burocracia: ter regras claras dentro de uma empresa é o que garante uma cultura organizacional forte e o máximo alinhamento entre equipes. É esse conjunto de diretrizes que orientam condutas, processos e decisões do dia a dia.
Inclusive, a falta de políticas internas pode gerar desde insegurança jurídica até a perda de confiança entre colaboradores e dos colaboradores em relação à organização, levando a turnover, problemas com a reputação da marca no mercado etc.
Sem diretrizes bem definidas, cada gestor ou líder aplica suas próprias regras ao cotidiano dos times e os funcionários decidem, por conta própria, como agir em situações profissionais. O resultado? Desigualdade e conflitos que poderiam ser evitados!
Este guia lhe ajuda a encaminhar tudo o que for necessário a partir de agora.
Políticas internas nas empresas: o que são e qual a importância
As políticas internas das empresas são diretrizes que orientam o dia a dia dos colaboradores; elas compõem um manual que traduz os valores e as visões em regras práticas, deixando claro o que é esperado em termos de comportamento, processos e decisões.
Na prática, essas políticas se relacionam à ética e ao compliance empresarial, à diversidade e inclusão, à segurança no trabalho, a riscos psicossociais, ao uso de recursos da empresa etc.
Elas até definem como deve ser a comunicação interna para acontecer de forma eficaz, sanando dúvidas (inclusive sem que elas precisem sequer ser levantadas) e, consequentemente, reduzindo problemas e conflitos.
O alinhamento entre empresas <> colaboradores através das políticas internas fortalece o clima organizacional: quando todos seguem as mesmas diretrizes, a unidade se mantém, os ruídos diminuem e diferentes áreas conseguem caminhar na mesma direção.
Adiante, você encontra uma lista de vantagens para começar a pensar em estabelecer ou evoluir as suas.
12 maiores benefícios de boas políticas internas nas empresas
Um exemplo prático do assunto tema deste artigo é a política de banco de horas, muito comum em instituições de vários setores.
Como ela estabelece exatamente o formato de compensação de horas extras, ela evita desentendimentos entre líderes e colaboradores, poupa o Departamento Pessoal de atividades operacionais, deixando tudo mais estratégico, e ajuda no cumprimento da legislação.
Enfim, os principais benefícios de boas políticas internas, sejam relacionadas à jornada de trabalho ou não, envolvem:
- Alinhamento total entre empresa e funcionários
- Definição exata de objetivos e metas
- Padronização de processos
- Menos retrabalhos e dúvidas
- Adequação à Lei
- Comunicação mais simples e transparente
- Clima organizacional mais saudável
- Atração e retenção de talentos
- Fortalecimento da cultura da empresa (que passa a ser vivida, de fato)
- Organização do espaço de trabalho, presencial ou remoto
- Consolidação de confiança entre todos os stakeholders
- Maior engajamento coletivo
E quem não se preocupar com agir está correndo riscos – trabalhistas, financeiros e reputacionais.
Cuidado com os riscos de não ter políticas internas claras!
A ausência de políticas internas claras gera insegurança jurídica, desorganização e impacto direto no clima da empresa. Sem diretrizes, as decisões ficam soltas, a equipe perde a confiança e aumentam vários problemas que poderiam ser evitados.
Atente-se aos seguintes fatores, tanto para criar suas diretrizes quanto para saber se elas estão funcionando:
- Insegurança jurídica
- Aumento de passivos trabalhistas
- Tratamento desigual
- Acusações
- Senso de injustiça
- Desorganização operacional
- Ausência de padrões
- Erros e retrabalhos
- Queda na produtividade
- Comunicação falha
- Assédio no trabalho
- Desatenção aos riscos psicossociais
- Impactos na reputação
- Afastamento de stakeholders
Segundo a 6ª Pesquisa de Maturidade de Compliance no Brasil, realizada pela KPMG em 2024, 77% das empresas afirmaram que suas políticas de compliance impactam a conduta de colaboradores e terceiros, 92% possuem canais de denúncias ativos e 84% têm protocolos formais para a apuração.
Esses números são um exemplo claro de como o mercado está mudando.
7 dicas para criar políticas internas realmente eficazes
Do envolvimento de líderes e funcionários até a documentação do que ficar definido, a criação de uma política interna precisa ser prática:
1. Não faça nada sem definir objetivos com assertividade
Entenda por que você quer ou precisa criar as diretrizes e para o que elas vão servir. Defina como elas se conectam à missão, visão e aos valores da empresa. Aja com propósito, considerando problemas recorrentes e dados.
Tem mais de um conjunto de regras para criar? Estabeleça prioridades! Se há dúvidas frequentes sobre conduta, por exemplo, começar pela política de ética e compliance faz mais sentido do que revisar benefícios flexíveis.
2. Envolva as pessoas certas
Ninguém cria políticas eficazes fazendo tudo sozinho: reúna RH/DP, jurídico, líderes e, quando possível, pelo menos alguns representantes que se manifestem em nome dos colaboradores.
Quem decide? Quem redige as informações? Quem as valida? A quem as pessoas vão recorrer se quiserem entender detalhes que não constem nos registros? Responda essas perguntas e siga em frente, legitimando e acelerando a implementação das diretrizes.
3. Faça todos os ajustes necessários
Outra dica essencial: revise e, se necessário, adapte todos os sistemas, fluxos e processos internos que precisam melhorar para a aplicação adequada de novas e/ou melhores políticas. Vale desde o ponto eletrônico até os benefícios e outros processos de gestão de pessoas e financeira.
Sem esses ajustes, o risco é de que a política não saia da teoria e acabe gerando ainda mais confusão.
4. Teste na prática para garantir total conformidade legal
Antes de oficializar qualquer política interna, se possível, faça testes práticos para ver as diretrizes em funcionamento. Aproveite e valide-as como departamento jurídico ou advogados especializados.
5. Transmita as regras forma clara e aplicável
A redação de cada manual de regras da sua empresa deve ser simples e acessível, feita com a intenção da máxima padronização de processos e, portanto, sem margem para interpretações diferentes ou dúbias. O mesmo vale para a transmissão das informações!
Em vez de afirmar que as horas extras devem seguir as regras da empresa, explique “horas extras só podem acontecer com autorização prévia do gestor”.
6. Use diversos meios de divulgação
Prepare materiais de apoio, como resumos simples, FAQs e apresentações das diretrizes criadas. Inclua todos no onboarding de novos colaboradores e divulgue-os através de diferentes canais online e offline (murais, intranet, newsletters internas, reuniões de equipe, workshops etc.).
Transforme as diretrizes em algo acessível e constante na vida dos colaboradores.
7. Não deixe as regras “pra lá” depois de implementadas
Por fim, saiba que as políticas internas não são estáticas, pelo contrário, precisam acompanhar as mudanças que acontecem na empresa, na legislação trabalhista e no mercado – senão não permanecem relevantes.
A partir disso, estabeleça revisões periódicas de todas as diretrizes e busque entender, através de números e feedbacks one-on-one, principalmente, quais realmente funcionam, quais perderam o propósito etc.
Só não substitua uma versão desatualizada de política interna pela nova: tenha um histórico e registre o motivo das mudanças, pois isso reforça a transparência e fortalece a confiança.
Enxergue todo o seu conjunto de diretrizes como guia vivo, que cresce junto com a organização!
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