Temperamentos diferentes: como lidar dentro da empresa?

Cada pessoa é diferente da outra, mas muitos comportamentos e temperamentos são bastante similares, por isso, conhecê-los pode ajudar (bastante!) na hora de lidar com colaboradores dentro de uma empresa, por exemplo. Leia mais neste artigo.

Um homem e uma mulher sentados um ao lado do outro em escritório, em um ambiente de trabalho, os dois utilizando headphones e olhando um para o outro como se estivessem em um diálogo

A complexidade da natureza humana é incrível e, por essa e outras razões, existem tantas teses e pesquisas buscando identificar padrões de comportamentos. Muitas, como a teoria dos quatro temperamentos elaborada pelo médico grego Hipócrates, ajudam na hora de lidar com as mais diversas situações dentro das empresas, por exemplo.

Conhecer, de forma mais aprofundada, alguns padrões de atitudes que se encaixam ao cotidiano de diferentes funcionários, com certeza, é o passo mais importante para administrá-los da melhor forma.

Então, pensando em ajudar você, este artigo traz informações detalhadas sobre a teoria de Hipócrates, além de dicas de especialistas na gestão de pessoas. Continue lendo!

Quais são os principais tipos de temperamentos?

Existem seres humanos coléricos, fleumáticos, sanguíneos e melancólicos de acordo com uma teoria desenvolvida na Grécia Antiga por Hipócrates. Esses quatro estereótipos, ou seja, padrões comportamentais de diferentes pessoas, definem os quatro tipos de temperamento mais comuns.

A ideia, aqui, é você conhecê-los para que fique mais fácil cuidar dos aspectos negativos que possam surgir em diferentes situações, e também para que possa ajudar funcionários dentro da sua empresa a desenvolverem tudo o que há de positivo na forma como eles agem.

Sem dúvida, cada pessoa é um universo único e está sujeita a inúmeras influências que constroem seu comportamento, mas os quatro temperamentos funcionam como uma ótima bússola para jornadas de desenvolvimento!

Confira mais sobre eles a seguir.

Quais são as características dos temperamentos?

Há características positivas e negativas em cada tipo de temperamento, mas seus principais traços marcantes ajudam bastante a resumi-los, a exemplo da determinação dos coléricos, da tranquilidade dos fleumáticos, da sociabilidade dos sanguíneos e da profundidade dos melancólicos.

Dá uma olhada no quadro!

Tipo de temperamento Características positivas Características negativas
Colérico Determinação
Objetividade
Liderança
Impulsividade
Irritabilidade
Impaciência
Fleumático Calma
Paciência
Equilíbrio emocional
Passividade excessiva
Indiferença
Procrastinação
Sanguíneo Sociabilidade
Otimismo
Entusiasmo
Superficialidade
Falta de foco
Impulsividade
Melancólico Sensibilidade
Criatividade
Profundidade emocional
Desânimo
Perfeccionismo
Excesso de autocrítica
 

Percebe como as características negativas são praticamente “o outro lado da moeda” das características positivas? Isso não é um acaso, e a dualidade só mostra como o modelo pode ser útil, principalmente para o desenvolvimento individual de cada funcionário dentro de uma organização.

O colaborador deve cuidar para que seus pontos fortes possam ser desenvolvidos e, em paralelo, todo lado negativo precisa ser acolhido e tratado adequadamente. É aí que líderes e gestores entram em cena!

Como lidar com diferentes temperamentos em uma empresa? 5 dicas de especialistas

Os quatro temperamentos humanos não podem ser transformados em um “manual” de como lidar com os funcionários de uma empresa, mas são muito úteis para RH, lideranças e gestores aprimorarem a dinâmica de equipes, direcionarem a solução de conflitos e auxiliarem no desenvolvimento profissional.

Lidar com diferentes traços de personalidade é tanto um desafio quanto uma oportunidade, então, confira as dicas abaixo para começar!

1. Conheça bem cada temperamento

Entenda as características dominantes de cada temperamento, como apontado na tabela do tópico anterior, e, então, faça ajustes no seu relacionamento com os profissionais, também propondo ações que os ajudem nas interações do dia a dia – com você e com colegas.

2. Aproveite os pontos fortes

Você pode, por exemplo, “colocar” pessoas coléricas em posições de comando e direcionar os fleumáticos para o cotidiano em cenários mais críticos e que precisam de uma liderança humanizada, ainda que eles demandem um cuidado por sua tendência à procrastinação.

3. Trabalhe os pontos fracos

Os temperamentos humanos indicam potencialidades, mas também grandes desafios: leve isso em consideração e estimule o que é positivo em cada pessoa sem agravar aqueles pontos com os quais é difícil de lidar.

Gente enérgica precisa cuidar da impulsividade e os mais tranquilos não podem entrar em inércia. Busque “equilibrar os pratos”!

4. Tenha uma comunicação efetiva

Para conhecer cada temperamento, aproveitar pontos fortes e administrar pontos fracos, nada mais importante do que uma comunicação efetiva.

Diferentes personalidades levam as pessoas a terem interpretações variadas de uma mesma situação, por isso, cuidado na hora de falar com elas: priorize assertividade, clareza, honestidade e respeito.

Jamais use discursos vagos ou ambíguos, ou seja, que abram espaço para diferentes conclusões.

5. Seja flexível

Apesar das definições de quatro tipos de temperamentos, muitos indivíduos têm características mistas e não são nem só coléricos, nem só fleumáticos, tampouco apenas sanguíneos ou melancólicos.

Outras peculiaridades, visões e valores adquiridos pelas pessoas ao longo da vida podem “tirá-las” do estereótipo-base, então, é preciso flexibilidade partindo de você na avaliação e no trato com os colaboradores.

E será que é possível controlar temperamentos? Segue o fio para descobrir!

O que fazer para controlar temperamentos?

Como os temperamentos fazem parte da personalidade dos seres humanos, controlá-los é bastante difícil, mas aprender a lidar com as emoções geradas por eles pode ser o segredo para você acertar em cheio!

O conceito de “inteligência emocional” trata justamente disso e mostra que reconhecer, interpretar e responder às emoções adequadamente acaba funcionando melhor do que tentar controlar alguém ou alguma situação.

Papel e caneta em mãos? Anote algumas orientações valiosas.

Enfatize a importância de que todos deem “um tempo” para as emoções

Toda emoção é legítima, mas o problema aparece quando ela gera algum tipo de comportamento inadequado.

Em primeiro lugar, o especialista em liderança Simon Sinek explica que momentos de forte emoção não permitem racionalidade, por isso, é essencial esperar a “temperatura baixar” antes de agir.

Em segundo lugar, é importante ressaltar: situações de carga emocional muito alta aceleram os pensamentos, e uma avaliação crítica de qualidade leva tempo, então, para evitar o “falei mais rápido do que pensei”, se você presenciar discussões com respostas brotando na ponta da língua, interrompa-as.

Será necessário respirar, deixar a emoção fluir e se recompor.

Mostre que a honestidade é amiga da tranquilidade

Fingir que está tudo bem é uma tremenda furada, mas queixar-se de cabeça quente pode ser ainda pior!

Depois de deixar a emoção fluir, aquele momento de maior tranquilidade vai chegar, e quem estiver precisando de ajuda pode ser franco e conversar sobre o que incomoda. Estimule essa atitude.

Apoie os cuidados com corpo e mente e momentos de lazer

Exercícios físicos são benéficos de diversas formas e, para as emoções humanas, não é diferente, especialmente porque a respiração e os processos químicos do sistema nervoso afetam diretamente em como alguém se sente.

Além disso, ter tempo para descanso e diversão também ajuda na lida com emoções e até os momentos de pausa e descontração no próprio ambiente de trabalho exercem um papel fundamental na gestão dos temperamentos (e das pessoas).

Incentivar o cuidado com o bem-estar como um todo vai ser infalível para lidar com qualquer situação – e para aumentar a produtividade dos funcionários, inclusive!

Mantenha o foco em soluções

Errar faz parte de qualquer aprendizado e, quando algo não sair como o esperado, lembre-se (e transmita o lembrete a todos) de que a solução não quer dizer encontrar um culpado, mas identificar como o problema pode ser resolvido e, no futuro, evitado.

Nada de bronca generalizada

Se algo der errado e você decidir repreender “geral” só para evitar uma bronca direta, já saiba que o colérico vai querer pular no seu pescoço, o fleumático vai planejar sair mais cedo, o sanguíneo deve contar o absurdo pra todo mundo e o melancólico se sentirá culpado. Sendo assim, aposte em conversas individuais.

Esqueça o sarcasmo e comportamentos passivo-agressivos

Não dá para controlar como os outros agem, mas dá pra decidir como reagir a eles. Não leve nada para o lado pessoal e deixe o sarcasmo e o comportamento passivo-agressivo de lado.

Peça ajuda e mostre que não é problema nenhum que os colaboradores façam o mesmo

Daniel Goleman, renomado psicólogo e jornalista científico, aponta, em suas pesquisas, o quanto é essencial para cada ser humano conhecer os próprios limites e as próprias vulnerabilidades na busca pelo desenvolvimento de inteligência emocional.

Nada de bancar o super-herói ou a super-heroína: peça ajuda e incentive todo mundo a fazer o mesmo, principalmente aqueles que tiverem os temperamentos mais difíceis de lidar ou que, em determinada situação, optarem por “dar murro em ponta de faca”, sabe?

Qual o temperamento mais difícil de lidar?

A resposta mais honesta para esta pergunta é “depende do cenário”, já que cada temperamento tem características marcantes que se destacam mais ou menos de acordo com a situação ou o contexto.

Simular cenários pode ser uma boa forma de você descobrir como agir quando algo acontecer de fato. O quadro abaixo traz algumas ideias de situações e possíveis desafios que surgirão com elas!

Temperamento Situação Desafio
Colérico Um colérico lidera uma reunião, apresenta opiniões de forma impositiva e reprime as ideias dos outros Tendência de tomadas de decisão muito rápidas, geração de desconforto, principalmente em colegas introspectivos, e falha na efetividade da colaboração
Fleumático Mesmo com prazos apertados e muita bagunça no ambiente de trabalho, o fleumático decide fugir de conflitos e para de avisar aos outros sobre urgências e metas pendentes Comportamento possível de ser interpretado como falta de comprometimento ou incompetência e equipe 100% afetada pela “desistência”
Sanguíneo Um sanguíneo opta por conversar sobre diversos assuntos com todos os participantes de uma reunião e o que era importante acaba não sendo dito por falta de tempo Irreverência e diversão acabam se transformando em interrupções constantes do encontro e a concentração de todos é afetada
Melancólico Com muitas mudanças acontecendo no escritório, uma pessoa melancólica se sente tão ansiosa e aflita que acaba resistindo às novidades Colaborador melancólico pode acabar se sentindo perdido e, se outros membros da equipe dependem do trabalho dessa pessoa para avançarem no próprio trabalho, a engrenagem pode deixar de girar
 

Agora, lhe resta refletir sobre o que você faria em cada situação e como lidaria com cada desafio!

Como lidar com pessoas de temperamento forte?

Em casos específicos de situações e desafios envolvendo pessoas de temperamento forte, evite confrontos diretos, mas jamais deixe de estabelecer limites; e trabalhe para impedir que a assertividade se transforme em agressão.

Se você tem profissionais mais “geniosos” no time, algumas outras dicas podem ser... geniais!

  • Reconheça o foco e a assertividade, destacando o que é positivo
  • Sempre se comunique de forma objetiva e sem rodeios
  • Demonstre, com transparência, as metas que eles precisam atingir
  • Mantenha-se aberto(a) para receber suas opiniões e ideias
  • Ofereça feedbacks construtivos (reconheça feitos e indique ajustes)

Quando possível, permita que tenham autonomia nas decisões, mas exija responsabilidade e, por último, mas não menos importante, peça para que, ao término da conversa, essas pessoas lhe ajudem a “repassar” o que foi dito para você verificar se elas realmente captaram a mensagem.

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