Jornada de trabalho não linear: saiba o que é e como gerir

Você já ouviu falar da jornada de trabalho não linear? Descubra como essa abordagem está beneficiando tanto os funcionários quanto os empregadores. Spoiler: ela tem tudo a ver com reduzir o estresse e impulsionar a eficiência no trabalho.

Mulher sentada relaxando em um escritório

A jornada de trabalho não linear, conhecida por sua flexibilidade e liberdade de horários, se tornou viável graças às novas tecnologias e métodos de gestão. Nela, não há uma previsão fixa de quando devem acontecer o início e o fim do expediente, nem mesmo as pausas e intervalos.

Chamada também de jornada flexível ou assíncrona, o modelo se popularizou durante a pandemia de COVID-19, quando muitas empresas adotaram alternativas para driblar os desafios do momento e cumprir as regras sanitárias tentando não perder qualidade no trabalho executado.

De lá para cá, essa abordagem demonstrou ser eficaz e continua a atrair a atenção de empregadores que desejam modernizar seus negócios e aumentar a produtividade.

Quer aproveitar os benefícios da jornada não linear e aprender a lidar com suas particularidades sem medo? Confira todas as informações que você precisa neste artigo!

O que é jornada de trabalho não linear?

Uma jornada de trabalho não linear é um arranjo flexível em que os turnos de trabalho não seguem o tradicional horário comercial, das 08h às 17h ou das 9h às 18h, de segunda a sexta-feira, permitindo que os trabalhadores equilibrem suas necessidades pessoais e profissionais.

Esse formato também é conhecido como jornada assíncrona, já que sua configuração faz com que nem todos os colaboradores de uma mesma empresa cumpram seus horários num mesmo momento, de forma alinhada.

Considerando o modus operandi, já fica claro que adotá-la requer um bom planejamento, certo? E o melhor é que não existe proibição do formato perante a lei, desde que outras obrigações trabalhistas continuem sendo cumpridas.

O que diz a CLT sobre jornada de trabalho não linear? 4 condições para implementar a modalidade

A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) no Brasil, estabelecida em 1943, não trata diretamente da jornada de trabalho não linear, que é uma abordagem mais moderna e flexível em relação ao horário de trabalho, mas tem regras que se encaixam na modalidade, com certeza.

A legislação cobra importantes condições de trabalho que afetam indiretamente a jornada não linear. Abaixo, você vê os pontos mais relevantes que precisam ser garantidos.

1.  A jornada precisa ser de 44 horas semanais

A CLT estabelece que a jornada de trabalho padrão é de 44 horas semanais, geralmente distribuídas em 8 horas por dia, de segunda a sexta-feira, ou em diferentes modelos de turnos e escalas, mas com horários predefinidos em contrato ou na Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS). Isso vale para modelos não lineares também.

2.  É necessário fazer a compensação das horas extras

Quando um trabalhador excede a jornada de trabalho padrão, a CLT estipula que essas horas extras devem ser compensadas com um pagamento adicional, calculado com um acréscimo sobre o valor da hora normal de trabalho, ou com horas positivas no banco de horas, a serem trocadas por folgas completas ou parciais.

A regra continua valendo mesmo em situações de jornada não linear, na qual os horários podem variar bastante – o que não quer dizer que não devam ser controlados!

3.  Empresas devem considerar o pagamento de adicional noturno

A CLT também prevê um adicional noturno para o trabalho realizado entre 22h e 5h. Embora a jornada não linear autorize uma configuração de horários bem atípica, as disposições sobre adicional noturno ainda se aplicam quando a jornada cai nesse intervalo, se for uma demanda do empregador e se tudo estiver combinado entre ele e cada contratado.

4.  Existe uma obrigação de 11 horas ininterruptas de descanso entre jornadas

A lei trabalhista ainda estabelece a obrigatoriedade de um período de descanso mínimo de 11 horas consecutivas entre o término de uma jornada e o início da próxima. Isso visa garantir que os trabalhadores tenham tempo adequado para descansar e recuperar a energia.

Em resumo, embora a CLT não aborde diretamente a jornada de trabalho não linear, as disposições existentes sobre jornada máxima semanal, horas extras, adicional noturno e intervalo de descanso ainda são aplicáveis e relevantes para quem adota esse modelo.

Garantindo que essas regras estejam sendo seguidas, é só aproveitar os diversos benefícios que o modelo pode trazer para a empresa e trabalhadores, a começar pela alta na produtividade.

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Como a jornada não linear pode influenciar na produtividade?

Funcionários que têm a flexibilidade de definir seus próprios horários trabalham mais motivados e isso mostra uma melhora notável na eficiência cotidiana, o que beneficia não só a eles próprios como também aos empregadores de forma direta.

Um dos pontos mais vantajosos do modelo, principalmente para quem trabalha em grandes cidades, é a redução do estresse relacionado ao trânsito, ao passo que a quebra na rigidez dos horários ajuda a contribuir para que se construa um ambiente de trabalho mais saudável.

Perceba que a jornada não linear pode ou não se tratar de atividades exercidas em home office, porque nada impede que ela seja cumprida no local da empresa ou outra forma de jornada externa também.

O que está em jogo aqui é a ausência de limites fixos e de previsão de horário de entrada e saída, ou das pausas e intervalos e, claro, o aumento da produtividade não será a única vantagem. Quer ver?

Quais os maiores benefícios da jornada de trabalho não linear?

A jornada de trabalho não linear oferece diversos benefícios tanto para os empregados quanto para os empregadores. Um lado ganha qualidade de vida, o outro ganha profissionais mais focados e melhor desempenho na busca pelas metas da empresa.

Mais liberdade, autonomia e equilíbrio para o empregado

A flexibilidade de horário beneficia muito os funcionários, garantindo um melhor equilíbrio da carreira com suas vidas pessoais, como responsabilidades familiares e estudos. Os ganhos em qualidade de vida vêm em, pelo menos, três aspectos:

  • flexibilidade horária: os funcionários têm a capacidade de ajustar seus horários para acomodar suas preferências pessoais, como cuidar da família ou realizar atividades pessoais durante o dia;
  • redução do estresse: a eliminação do deslocamento diário e a flexibilidade dos horários podem reduzir significativamente o estresse e melhorar a qualidade de vida; e
  • maior autonomia: a jornada não linear oferece aos funcionários mais autonomia sobre seu próprio tempo, levando a um senso de satisfação, responsabilidade e engajamento no trabalho.

E a empresa também sai ganhando com o formato do outro lado dessa relação!

Mais engajamento nas metas e retenção de talentos para o empregador

Com funcionários mais satisfeitos e menos estressados, a organização colhe os frutos de uma força de trabalho mais motivada e comprometida. De quebra, a flexibilidade permite operar em horários estendidos, melhorando a capacidade de atender às demandas do mercado.

Os benefícios para os empregadores incluem maior produtividade e redução do absenteísmo no local de trabalho, sem contar que o regime é considerado um atrativo para garantir a retenção de profissionais brilhantes e chamar a atenção de novos talentos – inclusive à distância, já que o modelo é excelente para home office, desde que bem organizado.

Como organizar a jornada de trabalho não linear?

Depois de compreender o funcionamento do modelo, a chave para você saber como lidar com jornada não linear de trabalho será ter diretrizes claras, mas flexíveis. Isso significa estabelecer metas de horas de trabalho semanais ou mensais, definindo, em conjunto com os funcionários, quando e como eles vão atingi-las.

O uso de recursos inteligentes também pode facilitar o controle de jornada. Um bom exemplo? As soluções eletrônicas, como o ponto digital e outras novidades já em uso no mercado.

Para garantir o cumprimento das leis trabalhistas e otimizar os turnos, muitas empresas estão adotando esses novos sistemas que, apesar de recentes, já encontram respaldo jurídico na Portaria 671 do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Organizar satisfatoriamente a jornada flexível é um processo que passa por gestores preparados o bastante para vencerem os desafios do formato, como a dificuldade de obter métricas mais precisas, e que exige atenção constante à otimização de processos internos.

Como otimizar a jornada de trabalho não linear?

O segredo para otimizar esse tipo de jornada de trabalho mais alternativa está em implementar ferramentas de gerenciamento de tempo e produtividade, como o Notion, o Evernote, o Slack e o RescueTime.

Esses recursos podem ajudar os funcionários a acompanhar horas de trabalho e alocar tempo de forma mais eficaz. O Slack é ideal para alinhar tarefas compartilhadas em times, enquanto as outras opções são perfeitas para monitorar o tempo de quem trabalha só no PC.

Voltando aos sistemas de controle de ponto, eles podem, com tranquilidade, ser considerados ferramentas que ajudam na otimização de processos e do cotidiano como um todo, simplesmente porque ajudam a combater outro desafio que pode surgir: a possibilidade de fraudes nas marcações, já que não há supervisão constante de cada colaborador.

Sem um bom controle de ponto somado a uma política interna adequada às novidades, os gestores dificilmente vencem os poucos – mas turbulentos – desafios da jornada não linear!

Como vencer os desafios da jornada de trabalho não linear?

As plataformas mais modernas do mercado eliminam a possibilidade de erros manuais e fraudes e ainda oferecem praticidade para que os funcionários possam registrar seus horários de forma conveniente e, em muitos casos, de qualquer lugar, como com o registro de ponto remoto.

Além delas, outras estratégias mais voltadas para a construção de uma política de gestão de jornada sólida são igualmente necessárias.

Elas incluem:

  • estabelecer metas claras de produtividade;
  • promover a comunicação eficaz entre equipe e empregadores;
  • oferecer treinamento em gerenciamento de tempo para os funcionários;
  • implementar sistemas de feedback regular para avaliar o desempenho dos times;
  • promover uma cultura de equilíbrio entre vida pessoal e profissional;
  • fomentar a colaboração e o compartilhamento de conhecimento entre os membros da equipe; e
  • reconhecer e recompensar o desempenho excepcional de acordo com os resultados e não apenas com base nas horas trabalhadas.

Lembre-se de que a flexibilidade excessiva, se não for gerenciada adequadamente, pode levar à sobrecarga de trabalho e ao esgotamento físico e mental dos profissionais – e atenção redobrada para manter o espírito do time em alta!

Com esse checklist completo, pode ter certeza que as coisas vão fluir muito melhor nesse modelo. Sucesso!

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